quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Entrevista à CardMonitor sobre os novos desafios do cenário de negócios de meios de pagamento no Brasil

Minha entrevista à CardMonitor sobre os novos desafios do cenário de negócios de meios de pagamento no Brasil.



Flash semanal – 30 de julho a 06 de agosto de 2012
Reduzir juros sem comprometer margens é o desafio
imposto ao setor de cartões, avalia o consultor Max Basile





CardMonitor - Na sua avaliação o nível de inadimplência já deve ser encarado com sinal de alerta ou indicador está sob controle? Como avalia as medidas do governo de estímulo ao consumo?
 Max Basile - Ninguém pode dizer se o indicador está ou não sob controle. O fato é que a inadimplência cresceu e é uma preocupação concreta. Em 15 dos 16 meses anteriores a abril deste ano o nível de inadimplência registrou alta. O primeiro mês em que o nível de perdas apresentou redução foi maio, mas apenas no indicador interanual (contra o mês anterior), porque na comparação com o ano anterior, a comparação foi também de alta. Estimular o consumo e, mais, estimulá-lo via crédito é um mecanismo saudável e desejável, indicativo de evolução social e econômica. Mas o modelo tem um limite e hoje é consenso entre os economistas que não vamos atingir o próximo nível desejável de desenvolvimento sem um aumento significativo dos investimentos. O próximo salto necessário da economia não será dado pelo aumento do consumo das famílias, que é o que tem sustentado o crescimento até aqui. O incremental que poderá ser extraído do consumo familiar e do crédito é insuficiente para girar o crescimento da economia nos patamares desejáveis acima de 4% ou 5%. 

 CardMonitor - Qual a sua expectativa em relação à inadimplência em 2012?
 MB - Não acredito que alguém possa estimar um índice de fechamento de ano a partir do contexto atual. Há indicações de melhora, que passam pela maior consciência do consumidor que começa a ser um pouco mais conservador em seus gastos segundo tomadas de opinião mais recentes e pelo próprio contingenciamento de crédito que as instituições financeiras passaram a adotar caso as perdas não retrocedam nos próximos meses. Por outro lado, o equilíbrio da conta das famílias e, por consequência, o controle dos pagamentos dependerá fundamentalmente da relação de crescimento da economia e da capacidade de seguir gerando empregos. Com o atual nível de endividamento dos consumidores, se houver uma crise de empregos (que não é provável, mas não é impossível, a depender da evolução da crise europeia), a situação da inadimplência poderá se agravar muito. O crédito tem espaço para crescer e vai crescer. Os juros devem cair e seguirão em trajetória de queda. Mas o próximo nível de crescimento demanda investimentos e infraestrutura. Seguir esticando o crédito além da capacidade de absorção das famílias não vai resolver e pode colocar mais pressão no atual ciclo crescente de inadimplência.


CardMonitor - O movimento de redução de taxas de juros configura, na sua opinião, um novo momento para o mercado financeiro? As instituições financeiras passam a enfrentar novos
desafios? Quais?
 MB -Sem dúvida. É um novo momento, que reflete o amadurecimento da economia e das instituições nacionais. O desafio está posto - e o mercado já está empenhado em solucioná-lo.

 CardMonitor: Nos últimos meses, vários bancos fizeram anúncios de redução de taxa de juros. Ainda há espaço para novas reduções?
 MB - Há espaço para mais redução dos juros, sem dúvida. Basta ver, por exemplo, que o movimento ainda não chegou plenamente aos cartões. Mas essa é uma matéria de ordem técnica e de gestão -
e não política. Se os níveis de perda não retrocederem, não só os bancos retrocederão no movimento de redução das taxas como passarão a contingenciar a oferta de crédito.

 CardMonitor - Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, disse que acredita que nos próximos dois anos os juros de cartões devem cair pela metade. Há espaço para uma redução dessa magnitude e neste espaço de tempo?
 MB - Há espaço para redução. Muito difícil dizer se nesse nível e nesse intervalo de tempo. Como todo negócio, os cartões precisam garantir lucro às suas organizações. É um enorme desafio para os gestores atuais promover a redução gradual das taxas sem comprometer as margens e os resultados com os quais já estão comprometidos em seus orçamentos e com suas casas matrizes. É absolutamente correto dizer que todos os gestores e as administradoras estão empenhadas na solução dessa equação - e nos mecanismos de gestão que devem ser empregados para redução das taxas e manutenção da saúde financeira de suas operações. O mercado está tratando o tema com a devida e necessária seriedade. É muito importante que o assunto siga sendo tratado com responsabilidade técnica pelos gestores e pelo mercado.


ATENDIMENTO E RELACIONAMENTO EM UMA LIÇÃO: BRAVO!!



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O RESGATE DO CONVÍVIO SOCIAL

Restaurante oferece desconto a cliente que comer sem celular à mesa.


http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201208171318_TRR_81504706


O restaurante Eva em Los Angeles (www.evarestaurantla.com), entrou na campanha pelo resgate da convivência social ameaçada de extinção pela virtualização dos relacionamentos pessoais em nossa era digital.

Iniciativa interessantíssima, na contra-mão dos excessos do mundo virtual, uma excelente maneira de estimular o retorno à essência de um encontro real e pessoal de família ou de amigos à mesa de um restaurante. Uma ressonância concreta aos pontos de advertência das reflexões de meu artigo neste Blog sobre a necessidade de resgatarmos o contato, a vivência e o relacionamento pessoais, em um universo a cada dia mais espetaculosamente virtual e artificial em nosso meio: 
http://maxbasile.blogspot.com/2012/06/homodigiti-claro-que-o-mundomudou.html